domingo, 2 de janeiro de 2011

O recém-empossado ministro da Justiça José Eduardo Cardozo



O recém-empossado ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu neste domingo a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dar abrigo ao terrorista italiano Cesare Battisti. Em entrevista coletiva após assumir o cargo, Cardozo descartou a possibilidade de uma crise diplomática com a Itália, que esperava a extradição do ativista. “Não tenho nenhuma dúvida de que o presidente Lula tomou a decisão correta e não acredito que haverá qualquer tipo de retaliação por parte do governo italiano, que é nosso irmão e tem relações amistosas com o Brasil há muitos anos.”
A transmissão de cargo no Ministério da Justiça foi bastante concorrida na manhã deste domingo, em Brasília – com nada menos que 400 convidados. O novo ministro tomou posse às 11h30 prometendo colocar o combate ao crime organizado como prioridade em sua gestão, além de desenvolver o pacto nacional de segurança e ações mais discretas da Polícia Federal, como havia adiantado em entrevista exclusiva ao site de VEJA.
O Salão Negro do Ministério da Justiça estava lotado, com presença de autoridades como senadores e deputados e até mesmo da delegação de El Salvador, com a primeira-dama Vanda Pignato, que é brasileira e amiga do novo ministro. Também prestigiaram a solenidade dezenas de integrantes da Força de Segurança Nacional.
Cardozo fez um discurso formal e, ao mesmo tempo, emocionante. Foi muito aplaudido quando saudou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O monoglota Luiz Inácio Lula da Silva falou no estrangeiro a língua da paz e ficou a anos-luz de líderes poliglotas que tivemos.” Quando citou a ex-prefeita de São Paulo e agora deputada federal eleita, Luiza Erundina (PSB), também foi efusivamente aplaudido. Na plateia, Erundina levantou-se, chorando, e agradeceu as palavras.
O único momento em que Cardozo chorou foi quando agradeceu o carinho e o companheirismo de sua ex-mulher, a procuradora Sandra Jardim.
O discurso que precedeu o do jurista, do ex-ministro Luiz Paulo Barreto, agora secretário-executivo da pasta, foi em tom de missão cumprida. “Deixamos pronto um plano de segurança para a Copa do Mundo em 2014, no Brasil, e tenho certeza de que o novo ministro manterá o caminho de fortalecimento institucional do ministério e estreitará ainda mais as relações com os estados e municípios”, afirmou Barreto.
Os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Saúde, Alexandre Padilha, da Pesca e Agricultura, Ideli Salvati, da Previdência Social, Garibaldi Alves, além do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), estavam presentes na cerimônia. O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP)estava na primeira fila da plateia. O desafio dos novos ministros foi marcar presença ainda na cerimônia de transmissão de cargo do novo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que acontecia praticamente ao mesmo tempo, logo ao lado do Ministério da Justiça, no Palácio do Planalto.
(Marina Dias, de Brasília)

José Alencar deve retomar quimioterapia em breve, diz médico


Estado de saúde do ex-vice-presidente segue estável.
Alencar não compareceu à posse da presidente Dilma Rousseff.
Anay Cury

Do G1, em São Paulo
José Alencar durante a coletiva de imprensa neste sábado
José Alencar durante a coletiva de imprensa neste
sábado (Foto: Lucas Frasão/G1)
O ex-vice-presidente José Alencar segue internado em um quarto do Hospital Sírio Libanês neste domingo (2). De acordo com informações da assessoria de imprensa, nesta manhã o estado de saúde de Alencar é estável.
De acordo com o médico Roberto Kalil Filho, que integra a equipe médica que acompanha Alencar, o ex-vice-presidente deve retomar o em breve o tratamento com quimioterapia, utilizado contra o câncer no abdômen.
Segundo a equipe médica que trata de Alencar, ele voltou a fazer fisioterapia na manhã deste domingo. Outro dos médicos da equipe, Raul Cutait, afirmou que o ex-vice-presidente “está bem”. “Ele não estava bem para ir para a posse, mas está bem para ficar aqui”.
Ao longo do dia, o hospital poderá divulgar boletim atualizado.
Posse
No início da tarde de sábado, o ex-vice-presidente conversou com os jornalistas e disse que se dependesse dele, iria à posse da presidente Dilma Rousseff, em Brasília.

“Sei que estou em condições (de ir para a posse). Só que há algo que poderia acontecer”, afirmou. De terno e gravata, sorridente e com a voz fraca, Alencar disse que a opinião da esposa pesou na decisão de não viajar à capital federal. “Hoje, minha mulher falou que eu não poderia contrariar os médicos.”
Segundo o médico Raul Cutait, o vice tinha "enorme vontade de ir à posse, mas ele permanecerá no hospital para evitar riscos desnecessários com o traslado e a viagem".
Alencar saiu na quinta-feira (30) da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele foi internado por causa de uma hemorragia intensa e se recupera de um procedimento cirúrgico realizado na tarde da última terça-feira (28) para estancar um sangramento em um tumor que invade o intestino delgado.

Em setembro, o ex-vice-presidente foi internado no mesmo hospital em razão de um edema agudo de pulmão. Em julho, por causa de uma crise de hipertensão, ficou hospitalizado e passou por um cateterismo. Em novembro, durante outro período de internação, sofreu um infarto.

DILMA ROUSSEFF - PROGRAMA DO JÔ - 26 MAIO 2008 - PARTE 1

Biografia de Dilma Rousseff

sábado, 1 de janeiro de 2011

Jaques Wagner toma posse como governador da Bahia


O governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), tomou posse na manhã deste sábado (1º) na Assembleia Legislativa, em Salvador. Wagner e o vice -governador, Otto Alencar, foram acompanhados até o plenário pelos deputados estaduais.
Jaques Wagner toma posse em cerimônia na Assembleia Legislativa do estado neste sábado (1º)Jaques Wagner toma posse em cerimônia na Assembleia Legislativa do estado neste sábado (1º) (Foto: Alberto Coutinho/AGECOM)
"Sou eternamente grato ao generoso povo da Bahia, terra na qual cheguei muito jovem, que adotei e que me adotou e cuidou de mim como um filho: me protegeu, me abraçou e andou ao meu lado numa árdua caminhada até chegarmos aqui, pela segunda vez. Sinto-me de alma lavada, pois colocamos à prova o nosso projeto e ele foi aprovado", disse Wagner em discurso após a posse.
Ainda na manhã deste sábado (1º), Wagner segue para Brasília, onde participa da solenidade de posse da presidente Dilma Rousseff.
Histórico
Wagner foi eleito governador pela primeira vez em 2006, com 52,89% dos votos, quando quebrou um ciclo de quatro mandatos consecutivos do PFL à frente da Bahia. Ele chegou ao poder depois de derrotar seu principal concorrente na disputa, o então governador Paulo Souto (PFL), lançado à política pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) e que o havia derrotado quatro anos antes.
Ele era governador quando ACM morreu, em julho de 2007, por conta de problemas cardíacos.
Antes de ser governador, Wagner ocupou o Ministério do Trabalho no governo Lula (entre janeiro de 2003 e janeiro de 2004) e também foi ministro da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Com a crise do "mensalão", foi designado Ministro das Relações Institucionais.
Jaques Wagner fez carreira política na Bahia, mas nasceu no Rio de Janeiro. Pai de três filhos, é casado com Maria de Fátima Carneiro de Mendonça.
Sua iniciação na vida política teve origem no movimento estudantil, a partir de 1968. O petista foi presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Engenharia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro.

Posse de Dilma Rousseff 01 de Janeiro de 2011

Flávio Florido/UOL


Flávio Florido/UOL

Célio Messias/AE


Alan Marques/FolhaPress

Joel Silva/FolhaPress

Posse de Dilma Rousseff

Posse de Dilma Rousseff

Lula transmite faixa presidencial para Dilma

Pouco antes, presidente e vice foram empossados no Congresso.

Após posse a ministros, a presidente recebe delegações estrangeiras.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transmitiu a faixa presidencial para Dilma Rousseff às 16h49 deste sábado (1º), no parlatório do Palácio do Planalto. Após a transmissão da faixa, foi tocado o Hino Nacional e Lula deixou o parlatório.

A presidenta Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Lula, no parlatório do Palácio do Planalto O agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz a transmissão da faixa presidencial para Dilma Rousseff no parlatório do Palácio do Planalto (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr)
Ao lado do vice-presidente, Michel Temer, e da mulher dele, Marcela, Dilma fez um pronunciamento à nação. Em seu discurso, ela fez vários elogios ao agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-vice José Alencar, que está internado em São Paulo. Dilma disse também que governará para todos os brasileiros e brasileiras.

A presidente chegou ao Palácio do Planalto a bordo do Rolls Royce presidencial acompanhada pela única filha, Paula, e foi recebida na rampa do edifício pelo seu antecessor, o agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a ex-primeira-dama, Marisa.
Dilma e o vice, Michel Temer, foram empossados às 14h52 no Congresso Nacional. Em seu discurso, após assinar o termo de posse, a presidente disse que "a luta mais obstinada" do novo governo será "a erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos". "Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos à mesa", declarou.
Ainda como parte do cerimonial de posse, a presidente Dilma recebe os chefes de Estado e representantes de governos em um coquetel no Itamaraty.

Até a noite de sexta-feira (31), 139 representantes de delegações estrangeiras, entre chefes de Estado, primeiros-ministros, presidentes de congressos e embaixadores, confirmaram presença. O número inclui representantes de entidades internacionais, como Unesco e União Europeia.
A cerimônia de posse de Dilma começou às 14h20, quando ela seguiu em no Rolls Royce presidencial da Catedral de Brasília para o Congresso. A comitiva foi acompanhada de perto pela Escolta de Batedores, formada por motociclistas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e por 110 soldados do regimento de cavalaria Dragões da Independência.
 

Ética na Política?

Trabalho de filosofia - política

O que é política

BIOGRAFIA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Senador, ex-chanceler e ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, FHC apresenta-se à disputa eleitoral como o idealizador do Plano Real. Seu programa de campanha é centrado na estabilização da moeda e na reforma da Constituição. Concorre com o apoio do governo e da aliança formada entre o Partido da Democracia Social Brasileira (PSDB), de centro-esquerda, e o Partido da Frente Liberal (PFL), de direita. Ganha a presidência no primeiro turno das eleições, derrotando vários candidatos. O governo é empossado em 1o. de janeiro de 1995, tendo como data para término 31 de dezembro de 1998. Reforma Constitucional - Em seu primeiro ano de administração, FHC dedica-se tanto à economia quanto à política.
No campo político, esforça-se para ampliar sua base parlamentar no Congresso Nacional e conseguir a aprovação de suas propostas de emendas constitucionais. As reformas são apresentadas como essenciais à modernização do país e à estabilização e retomada do crescimento econômico. Entre as mudanças aprovadas destacam-se a quebra dos monopólios do petróleo e das telecomunicações e a alteração do conceito de empresa nacional, no sentido de não discriminar o capital estrangeiro. Diversas outras reformas estão sendo discutidas pelo congresso Nacional, como a da Previdência Social, do estatuto do funcionalismo público e dos sistemas fiscal, tributário e administrativo. Plano Real - O presidente também dá continuidade ao Plano Real.
Ao longo dos meses, promove alguns ajustes na economia, como o aumento da taxa de juros, para desaquecer a demanda interna, e a desvalorização do câmbio, para estimular as exportações e equilibrar a balança comercial. Com o plano, o governo controla a inflação em níveis bastante baixos. Mas surgem sinais de recessão econômica já no segundo semestre, como a inadimplência, queda no consumo e demissões em massa. A redução da atividade econômica provoca desemprego nos setores industrial e agrícola. O atraso na implementação da reforma agrária agrava os conflitos no campo. O setor social está bastante esquecido pelo presidente.
Fonte: O Brasil República

Biografia de Luiz Inácio Lula da Silva

EX.PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Luiz Inácio Lula da Silva (Caetés, 27 de outubro de 1945) é um político e ex-sindicalista brasileiro, trigésimo quinto e atual presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerce desde o dia 1º de janeiro de 2003. Lula, forma hipocorística de "Luís", é sua alcunha desde os tempos em que era representante sindical. Posteriormente, este apelido foi oficialmente adicionado ao seu nome legal para poder representá-lo eleitoralmente. É co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1990, foi um dos fundadores e organizadores, junto com Fidel Castro, do Foro de São Paulo, que congrega parte dos movimentos políticos de esquerda da América Latina e do Caribe. Lula é o brasileiro que mais vezes se candidatou à presidência da República do Brasil, sendo candidato a presidente cinco vezes. Em 2006 ultrapassou Rui Barbosa, que se candidatou quatro vezes. Com carreira política feita no estado de São Paulo, Lula é o único presidente do Brasil nascido em Pernambuco. Seu patrimônio pessoal, conforme declarado à justiça eleitoral por ocasião das eleições de 2006, foi avaliado em cerca de 840 mil reais. Segundo a revista norte-americana Newsweek, Lula se encontrava em final de 2008 no 18° lugar das pessoas mais poderosas do mundo, ocupando a liderança do ranking na América Latina. Em lista divulgada pela revista Forbes em novembro de 2009, Lula foi considerado a 33ª pessoa mais poderosa do mundo. Em ambas as listas, primeira colocação mundial é ocupada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em 2009 foi considerado o 'homem do ano' pelos jornais Le Monde e El País. De acordo com o jornal britânico Financial Times foi uma das 50 pessoas que moldaram a década pelo seu "charme e habilidade política" e também por ser "o líder mais popular da história do país." Para o Instituto Datafolha, Lula era a personalidade mais confiável dentre uma lista de 27, em pesquisa publicada no primeiro dia do ano de 2010.No Fórum Econômico Mundial de 2010 realizado em Davos na Suíça recebeu a premiação inédita de Estadista Global, pela sua atuação no meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e ações em outros setores com a finalidade de melhorar a condição mundial. Lula não foi pessoalmente receber o prêmio pois estava com pressão alta. No seu lugar foi escalado o chanceler Celso Amorim que leu o discurso de Lula, quebrando o protocolo de Davos, que diz que uma terceira pessoa não pode ler o discurso de outra. Uma publicação do jornal Haaretz, com sede em Israel, feita em 12 de março de 2010, afirmou que Lula é o profeta do diálogo, por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio A revista Time figurou Lula como um dos 25 líderes mais influentes do mundo em abril de 2010. Também foi condecorado pela Organização das Nações Unidas como o Campeão Mundial na Luta Contra à Fome e à Desnutrição Infantil. Premiação que já foi entregue a Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial e Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.

Infância
Luiz Inácio da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945 (mas em seu registro de nascimento consta como dia 6 de outubro de 1945), em Vargem Comprida, localidade do então distrito de Caetés, município de Garanhuns, interior do estado de Pernambuco (o registro foi feito quando já moravam no litoral de São Paulo, quando Lula já tinha mais de sete anos). Adotou como data do aniversário o dia 27 de outubro, porque prefere acreditar na memória da mãe, que diz que seu pai se equivocou ao providenciar o registro. É o sétimo de oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo (sem contar duas crianças mais velhas que ele, que morreram com pouca idade e os gêmeos caçulas, que morreram com poucos dias). Faltando poucos dias para sua mãe dar à luz, seu pai decidiu tentar a vida como estivador em Santos, levando consigo Valdomira Ferreira de Góis, uma prima de Eurídice, com quem formaria uma segunda família (com Valdomira, Aristides teve 10 filhos, fora alguns que possam ter morrido. Contando os 12 que teve com Eurídice - quatro morreram ainda bebês - a família conta que Aristides teve pelo menos 22 filhos conhecidos). Em dezembro de 1952, quando Lula tinha apenas sete anos de idade, Eurídice decidiu migrar para o litoral do estado de São Paulo com seus filhos para se reencontrar com o marido (acreditando que seu marido fizera esse pedido, quando na verdade seu filho Jaime, que já morava com o pai, escreveu dizendo que esse era o desejo de Aristides). Após treze dias de viagem num transporte conhecido como "pau-de-arara", chegaram no distrito de Vicente de Carvalho (àquela época chamado Itapema), na cidade de Guarujá, onde tiveram que dividir a convivência de Aristides com sua segunda família (Aristides já havia os visitado no nordeste em 1950, quando inclusive apresentou seus novos filhos para sua primeira família). A convivência difícil com Aristides (que era extremamente rigoroso com seus filhos) levou Eurídice a sair de casa com os filhos, morando inicialmente em uma casa precária muito perto de Aristides e, mais tarde, em 1954, mudando-se para a capital, onde foi morar num cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca, bairro da cidade de São Paulo. Lula e seu irmão José Ferreira de Melo - o Frei Chico - ficaram morando algum tempo ainda com o pai, junto com sua segunda família, mudando-se para São Paulo em 1956. Após a separação, Lula quase não se reencontrou mais com seu pai, que morreu em 1978, sendo enterrado como indigente (Lula e seus irmãos só souberam da morte do pai vários dias após o enterro).
Educação e trabalho
Durante o período em que as duas famílias de seu pai conviveram, Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias, apesar da falta de incentivo do pai, analfabeto, que entendia que seus filhos não deveriam ir à escola, mas apenas trabalhar. Ainda quando morava no Guarujá, aos 7 anos, trabalhou vendendo laranja no cais. Tinham que andar quilômetros para buscar água de poço para a segunda mulher de Aristides. Aos domingos, era obrigado pelo pai a ir ao mangue para retirar lenha, marisco e caranguejo. Já em São Paulo, a fim de contribuir na renda familiar, começou a trabalhar aos doze anos, em uma tinturaria. Durante o mesmo período também trabalhou como engraxate e auxiliar de escritório. Aos catorze anos começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia, onde teve a carteira de trabalho assinada pela primeira vez, permanecendo ali por seis meses. Transferiu-se depois para a Fábrica de Parafusos Marte. Pouco depois, conseguiu uma vaga no curso técnico de torneiro mecânico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Formou-se três anos mais tarde e, em 1963, empregou-se na metalúrgica Independência, onde trabalhava no turno da noite. Foi ali que uma prensa hidráulica esmagou seu dedo, tendo que esperar por horas até o dono da fábrica chegar e levá-lo ao médico, que optou por cortar o resto do dedo mínimo da mão esquerda. A mutilação lhe deixou alguns anos com complexo. Ficou 11 meses na empresa e, devido ao acidente, ganhou uma indenização de 350 mil cruzeiros, utilizado para comprar móveis para sua mãe e um terreno. Trabalhou então na Frismolducar por seis meses, sendo demitido porque se recusou a trabalhar aos sábados. No ano de 1965 ficou muito tempo desempregado, assim como seus irmãos, época em que passaram por privações, sobrevivendo de trabalhos eventuais ("bicos"). Em 1966 foi admitido nas Indústrias Villares, uma grande empresa metalúrgica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Operário e sindicalista
Alguns anos depois, mudou-se para São Bernardo do Campo, onde, em 1968, filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos, convencido por seu irmão, Frei Chico (que mais tarde passou a militar no PCB), uma vez que procuravam pessoas para integrar uma chapa para as eleições sindicais que se aproximavam e na Villares, onde Lula trabalhava, não havia outras pessoas na chapa. Lula relutou em filiar-se e candidatar-se, pois à época tinha uma visão negativa do sindicato e seu grande hobby era jogar futebol. Apesar de não ter qualquer vivência sindical, já era apontado como uma pessoa com espírito de liderança e com carisma. Convencido a integrar a chapa, em 1969 foi eleito para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidade, dentre os suplentes, continuando a exercer suas atividades de operário. Em 1972, foi eleito como um dos diretores titulares, tendo sido criada no sindicato uma Diretoria de Previdência Social e FGTS, a fim de que pudesse ter atribuições a desempenhar (ao ser eleito diretor titular, ficou à disposição do sindicato, cessando suas atividades de operário). Sua atuação na diretoria lhe deu grande destaque, sendo então eleito presidente do mesmo sindicato em 1975. Ganhou projeção nacional ao liderar a reivindicação em 1977 da reposição aos salários de índice de inflação de 1973, após o próprio governo reconhecer que aquele índice havia sido bem maior que o inicialmente divulgado e então utilizado para os reajustes salariais. Apesar de ampla cobertura na imprensa, ainda na vigência do AI-5, o governo não cedeu aos pedidos. Reeleito em 1978, passou a liderar as negociações nas greves de metalúrgicos de sua base que passaram a acontecer em larga escala a partir de 1978 e que haviam cessado de ocorrer desde o endurecimento repressivo da ditadura militar na década anterior. Durante o movimento grevista, a ideia de fundar um partido representante dos trabalhadores amadureceu-se, e, em 1980, Lula se juntou a sindicalistas, intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas para formar o Partido dos Trabalhadores (PT).
Carreira política até a presidência
Lula como deputado federal durante a Constituinte de 1988.
Em 1980, no curso de uma greve no ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção aprovada por Murilo Macedo, então ministro do Trabalho do general João Batista Figueiredo, e Lula foi detido por trinta e um dias nas instalações do DOPS paulista. Em 1981, foi condenado pela Justiça Militar a três anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva, tendo porém recorrido e sido absolvido no ano seguinte. Alterou judicialmente seu nome de Luiz Inácio da Silva para Luiz Inácio Lula da Silva, visando a usar o nome em pleitos eleitorais; a legislação vigente proibia o uso de apelidos pelos candidatos. Em 1982, Lula participou das eleições para o governo de São Paulo e perdeu. Em 1984, participou, ao lado de Ulisses Guimarães, da campanha Diretas Já, que clamava pela volta de eleições presidenciais diretas no país. A campanha Diretas Já não teve sucesso e as eleições presidenciais de 1984 foram feitas por um Colégio Eleitoral de forma indireta. Lula e o PT abstiveram-se de participar desta eleição. O processo indicará o governador de Minas Gerais Tancredo Neves, que participou ativamente na campanha das Diretas Já, como novo presidente do Brasil. Com a morte de Tancredo Neves, antes da sua posse como presidente, assume a presidência o vice José Sarney. Lula e o PT decidem firmar uma posição independente, mas logo se encontram no campo da oposição ao novo governo. Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação para a Câmara Federal até aquele momento, tendo participado da elaboração da Constituição Federal de 1988. Um tanto quanto desinteressado da atuação parlamentar, Lula não se candidata à reeleição como deputado, preferindo, a partir do início da década de 1990, intensificar suas atividades pelo partido, colaborando na estruturação das seções regionais do PT, o que ajudou a consolidar sua liderança dentro do partido. Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou a presidente mas foi derrotado no segundo turno. Fernando Collor de Mello, candidato do PRN, que recebeu apoio de considerável parte da população que se sentia intimidada ante a perspectiva do ex-sindicalista, radical e alinhado às teses de esquerda chegar à Presidência, é eleito presidente. A campanha de Fernando Collor no segundo turno foi fértil em práticas tidas, na época, por moralmente duvidosas, e que combinavam preconceitos políticos e sociais: Lula foi identificado como um trânsfuga do comunismo, a quem a queda do Muro de Berlim havia transformado em anacronismo, e seus atos político-eleitorais (comícios, passeatas) foram descritos com conotações desmoralizantes (segundo o acadêmico Bernardo Kucinski tal teria sido facilitado pela infiltração de agentes provocadores de Collor nos comícios do PT). Collor acusou ainda Lula de desejar seqüestrar ativos financeiros de particulares (o que a equipe econômica do futuro governo Collor fez após sua eleição). Articulistas da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o comentarista Paulo Francis o chamou de "ralé", "besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, com a qual ele teve uma filha, surgiu durante a propaganda de Collor, durante o segundo turno das eleições, para acusar seu ex-namorado de "racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram Às vésperas da eleição, a Rede Globo promoveu um debate final entre ambos os candidatos e, no dia seguinte, levou ao ar uma versão editada do programa em sua exibição no Jornal Nacional. O diretor do Gallup Carlos Eduardo Matheus, entre outros, sustentou que a edição foi favorável a Collor e teria influenciado o eleitorado (fato este admitido mais tarde por várias memórias de participantes do evento, mostrado no documentário Beyond Citizen Kane). A eleição propriamente dita comportou ainda a alegada manipulação política do sequestro do empresário do setor de supermercados Abílio Diniz, que, libertado de seu cativeiro no dia da eleição, seus sequestradores foram apresentados pela polícia vestindo camisetas do PT (aberto inquérito para apurar se coube à polícia vestir os criminosos, foi dois anos depois arquivado por falta de provas). Apesar da sua derrota em 1989, Lula manteve sólida liderança no PT, bem como prestígio internacional, como no destaque obtido quando da fundação do Foro de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1990. Tratava-se de um encontro periódico de lideranças partidárias que visava congregar e reorganizar as esquerdas latino americanas, que estavam politicamente desorganizadas com a expansão do neoliberalismo após a queda do muro de Berlim. Em 1992 Lula apoiou o movimento pelo impeachment do presidente Fernando Collor, que se via envolvido em várias denúncias de corrupção. Collor foi afastado temporariamente e no final de 1992, renunciou ao cargo. Lula e o PT permanecem na oposição e se tornam críticos do plano econômico implementado no final do governo assumido por Itamar Franco, o Plano Real. Em 1994, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a candidatar-se à presidência e foi novamente derrotado, ainda no primeiro turno, dessa vez pelo candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, Lula saiu pela terceira vez derrotado como candidato à presidência da República, em uma eleição novamente decidida no primeiro turno. No entanto, manteve papel de destaque na esquerda brasileira ao apresentar-se numa chapa que tinha como candidato à vice-presidência o seu antigo rival Leonel Brizola, que havia disputado arduamente com Lula sua ida ao segundo turno das eleições de 1989 como adversário de Collor. Lula tornou-se um dos principais opositores da política econômica do governo eleito, sobretudo da política de privatização de empresas estatais realizadas nesse período. A desvalorização do real em janeiro de 1999, logo após a eleição de 1998, as crises internacionais, deficiências administrativas como as que permitiram o apagão de 2001, e principalmente o pequeno crescimento econômico no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso fortaleceram a posição eleitoral de Lula nos quatro anos seguintes. Abdicando dos "erros" cometidos em campanhas anteriores, como a manifestação de posições tidas por radicais, Lula escolhe para candidato à Vice-Presidência o senador mineiro e empresário têxtil José Alencar, do PL, partido ao qual o PT se aliou. A campanha eleitoral de Lula optou em 2002 por um discurso moderado, prometendo a ortodoxia econômica, respeito aos contratos e reconhecimento da dívida externa do país, conquistando a confiança de parte da classe média e do empresariado. Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e então senador pelo Estado de São Paulo José Serra do PSDB. No seu discurso de posse, Lula afirmou: "E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país." Em 29 de outubro de 2006, Lula é reeleito no segundo turno, vencendo o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin do PSDB, com mais de 60% dos votos válidos. Após esta eleição, Lula divulgou sua intenção de fazer um governo de coalizão, ampliando assim sua fraca base aliada. O PMDB passa a integrar a estrutura ministerial do governo. Fonte: Wikipedia